A história de Tranca Rua é tão antiga quanto os próprios caminhos que ele protege. Reza a lenda que Tranca Rua era um homem comum, dotado de grande sabedoria e coragem, que viveu em uma época remota no Brasil colonial. Sua origem exata é envolta em mistério, com relatos que variam de acordo com as tradições regionais e as crenças de cada comunidade.
Segundo algumas versões, Tranca-Rua foi um escravo alforriado que se destacou entre seus pares pela sua inteligência e habilidades. Outras versões afirmam que ele era um líder indígena ou mesmo um ex-soldado que se tornou um justiceiro errante. Independente de sua origem, o que é consenso é que Tranca-Rua era um homem justo, porém implacável quando necessário.
Conta-se que Tranca-Rua percorria os caminhos e estradas do Brasil colonial, protegendo os viajantes e comerciantes das ameaças dos salteadores e das criaturas sobrenaturais que habitavam as matas e encruzilhadas. Seu nome, “Tranca-Rua”, teria sido dado por sua habilidade em “trancar” o caminho dos inimigos, impedindo que causassem mal aos inocentes.
Com o passar do tempo, a figura de Tranca Rua adquiriu contornos míticos, sendo associada a Exu, uma divindade africana sincretizada com o diabo cristão pelas religiões afro-brasileiras. Assim, Tranca Rua passou a ser visto como um guardião das encruzilhadas, um intermediário entre o mundo terreno e o espiritual.
Nas tradições da Umbanda e do Candomblé, Tranca-Rua é cultuado como uma entidade poderosa, capaz de abrir caminhos e desfazer demandas espirituais. Seus devotos oferecem-lhe oferendas de velas, charutos, bebidas e comidas como forma de agradecimento e reverência. Eles também o invocam em momentos de dificuldade e desespero, buscando sua proteção e orientação.
A história de Tranca Rua é, portanto, uma história de proteção e justiça, de um guardião que vigia as encruzilhadas da vida, garantindo que aqueles que seguem o caminho correto possam alcançar seu destino com segurança. E assim, a figura de Tranca Rua continua a ecoar através dos séculos, lembrando-nos da importância de manter viva a chama da esperança e da fé, mesmo nos momentos mais sombrios.