Oxóssi é reverenciado como o rei de Kêtu, ocupando um papel de destaque na dinastia. A ele são atribuídos títulos como Alakétu, Rei, Senhor de Kêtu e Oníìlé, o dono da Terra. O caçador desempenha um papel crucial na escolha do local para instalação de uma aldeia, pois se estabelece como o primeiro ocupante, com autoridade sobre os futuros habitantes. Oxóssi, também conhecido como Olúaiyé ou Oni Aráaiyé, o senhor da humanidade, pois é o garantidor da fartura para seus descendentes.
A Jornada de Oxóssi: De Kêtu ao Mundo
Oxóssi, filho de Oxalá e Yemanjá, emerge nos mitos como o Orixá da caça, destacando-se como caçador de elefantes, símbolo associado à realeza e aos antepassados. Sua morada na floresta o conecta aos espíritos, árvores e antepassados, sendo as abelhas consideradas representantes dos espíritos femininos.
Embora o culto a Oxóssi tenha perdido força em sua terra natal, Kêtu, devido à destruição da cidade e à venda dos habitantes como escravos, seu legado ressurge vigorosamente no Brasil, Cuba e outras regiões da América onde a cultura iorubá prevaleceu. O renascimento de Kêtu se manifesta não como um estado, mas como uma nação religiosa no Candomblé.
O Renascimento de Kêtu e a Diáspora Religiosa
Os africanos consagrados a Oxóssi, que foram vendidos como escravos, trouxeram consigo o conhecimento dos rituais desse culto. A prática do culto a Oxóssi, antes extinta em Kêtu, foi revitalizada na diáspora, assim mantendo viva a celebração transmitida de geração em geração.
Oxóssi na História Humana: Caçador e Civilizador
Na narrativa da humanidade, Oxóssi desempenha um papel civilizador crucial. Sua condição de caçador simboliza as formas mais arcaicas de sobrevivência humana, representando a busca incessante do homem por mecanismos que o destaquem na natureza e deixem sua marca no desconhecido.
A Mitologia de Oxóssi: Lendas e Papéis
Oxóssi Aprendendo com Ogun
Oxóssi, irmão de Ogun, torna-se um hábil caçador sob os ensinamentos do irmão guerreiro. Ogun, após uma vitória contra invasores, protege e tranquiliza Oxóssi, assim o transformando no provedor de sua gente.
Oxóssi e a Flechada na Mãe
Em outra lenda, Oxóssi, encarregado por Olodumare de trazer uma codorna, acaba matando sua própria mãe acidentalmente. Desolado, renega o título recebido, mostrando as complexidades de seu papel divino.
Oxóssi Desobedece Obatalá
Quando a Terra enfrenta fome, Obatalá envia Oxóssi para caçar e prover alimento. Porém, a obsessão de Oxóssi leva à desobediência, resultando na incapacidade permanente de caçar.
Oxóssi Mata o Grande Pássaro
Diante da ameaça de um grande pássaro maligno, Oxóssi é convocado para derrotá-lo. Com sua única flecha e a intervenção de sua mãe Yemonjá, Oxóssi triunfa sobre a fera alada, assim sendo coroado como o grande guerreiro.
Características e Rituais de Oxóssi
- Dia de Celebração: Quinta-feira
- Cores Associadas: Verde ou azul claro (Candomblé); Vermelho e branco (Umbanda)
- Metais: Cobre, latão e ferro (Brasil); Madeira (África)
- Símbolos: Ofá (arco), Damatá (flecha), Erukeré
- Elemento: Terra (florestas e campos cultiváveis)
- Domínios: Caça, Agricultura, Alimentação e Fartura
- Saudação: Òké Aro!!! Arolé!
Oxóssi, o Caçador Imortal
Oxóssi, o caçador imortal, transcende fronteiras geográficas e culturais, mantendo-se vivo através das tradições religiosas na diáspora africana. Seu legado como provedor, civilizador e guerreiro persiste, ecoando em rituais, lendas e celebrações que perpetuam a grandiosidade desse Orixá nas Américas e além.